sexta-feira, 8 de julho de 2011

Não voltarás a entrar em mim

Não voltas a entrar dentro de mim. Não que não goste da tua conversa, nem da tua companhia.
Até gosto da forma como me tocas, como tiras prazer do meu corpo.
Não voltas a entrar dentro de mim porque não gosto da tua atitude. Da forma como de levantas e abandonas o prazer depois da satisfação.
Não gosto do egoísmo que sinto em ti depois do acto. A forma como não me olhas, não me tocas, a forma como não me necessitas depois da intimidade partilhada.
Sairás pela porta para não mais entrares aqui, em mim.
Seremos dois, um e outro. Dois que partilhámos algo só nosso, mas que não quero repetir.
Porque o prazer não se esgota no acto de unir os corpos, esgota-se quando ambos nos sentimos completos.
Por isso, não voltarás a entrar em mim.